Servidores do Sistema Prisional e Socioeducativo de Minas deflagram greve por tempo indeterminado

De acordo com o diretor do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público do Estado de Minas Gerais (Sindpúblicos-MG), José Lino, o objetivo da greve, iniciada na sexta-feira, 15/04, é cobrar do governo do estado o cumprimento do acordo firmado com a categoria em 2015, referente a reajuste salarial.

Segundo ele, a paralisação atinge praticamente todas as 145 unidades prisionais e as 30 unidades socioeducativas localizadas no estado. Na sexta-feira houve carreatas em vários municípios, como em Montes Claros (foto), que contou com o apoio e a participação da UGT-MG, por meio da Secretaria do Servidor Público da central ugetista.

Hoje, 18/04, o protesto se dá de forma solidária, com os servidores realizando uma doação coletiva de sangue. Logo mais, às 15h30, está prevista uma nova rodada de negociações com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (SEDS), em Belo Horizonte.

Entre as reivindicações dos servidores está a equiparação dos salários com os da Polícia Militar. No ano passado o governo editou o decreto 221/2015, que previa a constituição de um grupo de trabalho para estudar a reestruturação da carreira do administrativo da SEDS e equiparar os salários até 2018. No entanto, pouco se avançou desde então.

Os servidores protestam, ainda, contra a possibilidade de os agentes de segurança socioeducativos serem transferidos da estrutura da Secretaria de Defesa Social para outra pasta, como a Secretaria de Direitos Humanos.

“Há também um temor de que o Projeto de Lei Complementar 257/2016 possa colocar tudo a perder e dificultar ainda mais o atendimento às reivindicações da categoria”, explica José Lino.

Enviado no dia 22 de março de 2016 pelo Governo Federal à Câmara dos Deputados, esse projeto prevê a renegociação da dívida dos Estados, mas para que isso ocorra são impostas várias condições que comprometem diretamente os serviços públicos e a vida dos servidores.